quarta-feira, 22 de março de 2017

Pegando uma corzinha na praia

Nós, que não conseguimos ficar muito tempo sem desenhar, vivemos situações bem esquisitas de vez em quando e que só são entendidos por outras pessoas que também desenham. Quero compartilhar neste post uma história das minhas férias envolvendo materiais de desenho.

Tirei uns dias de folga do trabalho e meu marido sugeriu fazer uma viagem à praia, ficar uns dias fora de casa, passear por aí e dar aquela relaxada. A primeira coisa que passou na cabeça foi: "o que vou levar pra desenhar?" Nessa hora passei um dos maiores dramas de escolha da minha vida!

É sempre assim.

Tenho um estojo bem antigo, que abre e fecha com sistema de dobras, e ele é próprio para guardar material de desenho, pois vem com uns elásticos nos quais consigo encaixar lápis e canetas. Nele também tem espaço para itens pequenos, como borracha e apontador. Por conta dessa possibilidade de organização e pela grande vantagem de ocupar pouco espaço na bolsa, decidi levar os materiais nele.

Super prático!

Comecei escolhendo materiais que estou usando com mais frequência, como aquarela. Coloquei no estojo a caixa com aquarela em pastilhas e o pincel com reservatório, depois peguei 3 pontas diferentes de nanquim, lápis grafite, lápis azul pra desenho, caneta gel branca, lápis carvão branco e vermelho, borrachas e apontador. Sobraram 14 espaços, que eu quis preencher com lápis de cor.

Faltava escolher a paleta.

Grande questão do dia: da minha gaveta com mais de 50 cores diferentes, quais 14 cores escolher para levar na viagem. Por um minuto imaginei a vida sofrida da pessoa que precisa separar 12 cores diferentes de lápis de cor nas fábricas para colocar na caixa pra vender, e invejei quem monta aquelas maletas supercaras com mais de 100 cores.

Se identificou?

Ennnnfim, vou contar como saí dessa enrascada. Depois de respirar fundo e me acalmar, comecei a usar a lógica e meus conhecimentos sobre teoria da cor. Minhas primeiras escolhas foram os lápis preto, branco, amarelo, azul e magenta (um rosa mais puxado pro vermelho, sabe?). O lápis preto porque me dá variação de cinzas, e o lápis branco porque suaviza a passagem das cores no uso de degradê, e as outras três cores puras primárias - isto é, as que originam as demais cores.

A mistura entre cores primárias dá origem às cores secundárias.

E a possibilidade de escurecer a mistura dessas cores usando o lápis preto, me economizou 6 cores. Ou seja, Com apenas 5 lápis eu poderia fazer misturas que equivaleriam a mais de 11 lápis. Nesse momento, a minha dó pela pessoa que monta caixinhas de 12 cores já tinha passado.

Economia no material escolar das crianças! rs

Por fim, minha configuração ficou desta forma:

Paleta das férias.

Escolhi cores mais difíceis de obter com mistura ou que me dariam muito trabalho pra fazer, como rosa claro, ocre, sépia, verde-azulado (azul-esverdeado), verde esmeralda... E a partir da mistura dessas novas cores com as cores primárias, eu tinha muito mais possibilidades.

Não é só com lápis de cor que essa regrinha vale. Você pode economizar rios de dinheiro comprando apenas potinhos e pastilhas de tinta nas cores primárias e misturando elas no godê até conseguir a matiz desejada. Mas aí vai da preferência de cada um também. =P

Você já passou por uma situação dessas? Me conta!

Até a próxima!