domingo, 17 de julho de 2016

Gravura em borracha

Uma das minhas práticas favoritas é buscar referência de ilustração na web, principalmente de coisas que não sei fazer. Numa dessas "caças", eu, com vontade de usar minhas goivas pra alguma coisa, achei no Behance o portfólio do Atelier Sentô cheio de exemplos lindos de gravura em placa de vinil. Fiquei completamente inspirada e providenciei alguns desenhos e material necessário para desenvolver um estudo pessoal.

Goivas e desenhos simples

Redesenhei a imagem escolhida em um pedaço maior de papel e, com ajuda da mesa de luz, obtive o negativo do desenho. Em outras palavras, desenhei espelhado. rs Depois, transferi para uma placa de emborrachado EVA "riscando" o verso do papel com as parte abaulada de uma caneta. Segue abaixo a sequência das etapas.

Processo de transferência do papel para a borracha

O tipo de borracha utilizada no Atelier Sentô é placa de vinil, o mesmo material que se usa para confeccionar as borrachas macias que usamos pra desenho. No meu caso, o suporte foi EVA, que apesar de ser borracha também, tem características muito diferentes. o EVA é macio e poroso, o que dificulta a escavação com as goivas.

Um objeto quente de metal - como equipamentos de solda - é capaz de sulcar melhor o EVA com derretimento; ou então, vivendo menos perigosamente, podemos utilizar pontas duras de lápis ou canetas esferográficas por exemplo para pontilhar a área que queremos em baixo relevo. Eu não tenho material de solda, nem paciência para fazer pontinhos, então fui cabeça dura e insisti nas goivas.

Começo e fim da "escavação"

No dia que estava trabalhando nisso, também não tinha a tinta ideal para gravura (geralmente se usa uma tinta mais oleosa ou acrílica), então fui com guache mesmo e adivinha! Ficou muito aquém do que esperava. Huahau. Valeu a experiência, mas ficou feio... muito feio.

Resultado

A grande sacada dessa forma de impressão é entender como funciona e como planejar a imagem que será reproduzida. Toda a área que não for receber tinta deve ser sulcada. A matriz de reprodução é, na verdade, o negativo da imagem esperada. É um exercício muito bom para a cabeça e para desenvolvimento da criatividade, porque enquanto tendemos complicar as coisas querendo fazer desenhos cada vez mais complexos, para gravuras precisamos é de simplicidade.

Embora não obtendo o resultado querido, o processo me fez muito bem. =)
Até a próxima!