terça-feira, 1 de setembro de 2015

Pastel Aquarelável

Depois que comecei a trabalhar fora de casa fiquei bastante alheia aos tipos diversos de materiais artísticos, tanto novos quanto os já existentes e pouco explorados. Eis que o Universo me surpreende quando no melhor dia do ano, meu aniversário (quase 3 meses atrás), dona Suco me presenteia com uma caixa de gizes pastel aquarela Reeves.

A caixa vem com 12 cores, sendo uma delas branca para efeitos opacos.
(O presente veio embrulhado nesse papel, que virou capa daquele sketchbook)

O primeiro teste que fiz com o material foi bem básico e bobo: aquarelei as cores para ver como ficavam no papel e arrisquei um desenho pequeno também. Nem dei tanta importância pra esse teste, com registro e tal, porque foi coisa do momento mesmo. Cheguei a publicar no Instagram e só.

Esse bombom de cereja do desenho foi outro presente de aniversário...
...que acabou bem rápido!

A Suco tinha me dado esses gizes pra evitar que eu estragasse minha saúde usando solvente nos desenhos com pastel oleoso. Nem preciso dizer que a rinite agradece, né?! Adoro aquarela e me apaixonei perdidamente por pastel oleoso. Daí veio um ser iluminado e juntou os dois em um! s2

Bom, mil anos depois, ou seja, ontem, peguei algo mais complicado pra fazer e testar de verdade os gizes: um auto-retrato com direito a ficar olhando pro espelho e tudo. Pois é... Vira e mexe me desenho pra fazer tirinhas, sempre com uma pegada descontraída, mas dessa vez arrisquei desenho deseeeeenho mesmo, do tipo que eu fazia na matéria eletiva de Desenho 3.

Chamei de selfie. rs

Por causa do calor que fez ultimamente, o aglutinante de alguns bastões derreteram um pouco e ficaram gosmentos. Limpei tudo, mas tô com medo disso acontecer de novo. Um truque para retirar umidade desses materiais é armazená-los em recipientes com arroz ou envolver em algodão. Vou tentar fazer isso. =T

Colorido.

Para colorir usei cores primárias, que foram se misturando ao longo do processo e gerando novas cores. Trabalhei as sobreposições por camada, delimitando com amarelo as áreas claras, magenta tons intermediários, e por fim, azul para áreas escuras.

Usei papel próprio para aquarela desta vez! Hahahah! Mas ai terminar de colorir "à seco" fiquei na dúvida se molharia ou não. A textura do papel, a mistura entre as cores, os borrados, o gestual... Tudo isso ficou tão evidente, que eu não queria correr o risco de perder.

Não aguentei e molhei pra ver de qual era.

As cores possuem bastante pigmento e se misturam muito fácil! Fiquei besta! Quando a intenção for aquarelar depois, nem precisa deixar uma carga muito grande de cor nas áreas. Tanto é que em determinados locais do desenho ficou parecendo guache em vez de aquarela, de tanto resíduo.

Olhando agora, o desenho final ganhou um efeito interessante de coisa dentro da piscina. rs A combinação das cores e o efeito das manchas me agradou. Eu não tô nem avaliando o desenho como auto-retrato mais, e sim como um mero objeto de estudo de comportamento do material. =)

Fiquei muito feliz quando ganhei os gizes e agora muito mais feliz por ter conseguido usar tranquilamente em um estudo aqui pro Cappuccino. Não sei se consegui ser clara em relação ao material devido a minha afobação pra escrever o post, mas fico à disposição pra esclarecer qualquer dúvida. É só deixar um comentário.

Até a próxima! o/

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Porta-treco do Tex

Sou daquele tipo de pessoa que visualiza melhor as coisas no papel. Não importa se é para uma ilustração ou para layoutar um folder, sempre faço rascunhos e/ou monto protótipos para ter noção de como a coisa ficará. Por isso, preciso ter sempre à mão material para trabalhar.

Com a possibilidade de digitalizar esses processos, uma dificuldade que encontro em todos os locais por onde passo para trabalhar é a não existência de material artístico "tradicional" para o pessoal da criação usar. Em todos os casos precisei levar parte do meu arsenal de casa, incluindo porta-treco (porta-lápis, porta-o-que-você-quiser) - que costuma ser uma caneca.

Desembucha!
Neste post eu vou mostrar o passo a passo da confecção de um dos meus porta-lápis, feito com lata vazia de leite em pó, revistinha velha, cola, e outras coisas.

Ingredientes:
1) Lata vazia de leite em pó, ou do alimento de sua preferência
2) Revista em quadrinhos velha, que você tenha desapego
3) Tinta da família das guaches (ecoline, aquarela, guache)
4) Cola escolar pra gastar desenfreadamente
5) Tesoura sem ponta
6) Pincel chanfrado de cerda grossa ou um dedo da mão (de preferência da sua mão)

Ingredientes utilizados

Modo de preparo:
Em uma bancada, retire páginas da sua HQ e corte vários quadros bonitos. No meu caso, optei por recortar sequencias das primeiras páginas da história do Tex. Depois, remova o rótulo da lata.

Com auxílio de um pincel (ou do seu dedo), espalhe cola sobre a lata e encape usando os recortes de HQ, como mostrado na imagem abaixo.

Em certo momento, será preciso sobrepor quadros. 
Tendo isso em vista, cole os quadrinhos com cenas mais legais por último! ;)

Pra combinar com a parede do meu futuro ateliê e com a atual parede do meu trabalho, que é onde o porta-lápis vai ficar temporariamente, precisei fazer uma aplicação de cor translucida sobre os quadrinhos. Para isso, usei Ecoline, misturando amarelo e vermelho até obter laranja-cenoura. Quem optar fazer isso usando HQ colorida, não precisa desta etapa.

Usei um dos recortes que sobrou para testar a mistura de cores até chegar no tom desejado.

Ao chegar na cor certa, adicionei um pouco de cola à mistura de Ecoline, para que a tinta virasse uma espécie de verniz. Aí, feito isso, apliquei em toda a lata usando pincel.

Não aconselho substituir o pincel pelo dedo nesta etapa.

Quando finalizei a aplicação de toda a mistura na lata, esperei secar completamente. Ok, confesso.... usei o secador de cabelo para agilizar o processo.

E por último, não menos importante, o acabamento com cola. Derramei uma porção generosa de cola sobre o papel e espalhei ao redor da lata toda. A camada de cola vai impermeabilizar o papel, e na hora que secar, vai ficar brilhoso.

Pode usar o dedo novamente.
Repare a diferença do laranja da foto anterior para esta. (n*0*n)

Enquanto estiver espalhando a cola, vai ficar uma camada branca na lata, mas depois que secar, tudo fica lindo e transparente. Não se preocupe!

Dicas importantes!
1) Nas etapas em que precisar esperar secar tinta ou cola, espere secar completamente para não desbotar ou manchar a pintura!

2) Cola escolar não é tão boa para impermeabilizar, apenas quebra um galho. Para melhor resultado, use aquela cola sinistra própria para artesanato.

Resultado

Combinando com a parede! rs

Até a próxima! o/

domingo, 12 de julho de 2015

Hora de Sketchbook

Olá! O Cappuccino ficou em hiato por um tempo, mas cá estou eu de volta movimentando as coisas por aqui. Não só fiquei longe do blog, mas também acabei dando uma distanciada da "vida social", alguns eventos familiares e outras coisas por motivo de correria total. O primeiro semestre do ano bagunçou um pouco minha vida, pois eu estava envolvida em muitos projetos diferentes ao mesmo tempo, e agora que um deles já encerrou, e outro está perto de ser finalizado, estou tentando colocar tudo no lugar novamente, inclusive minhas postagens aqui.

Tenho alguns assuntos acumulados, mas vou começar por algo bem fresco: hoje, depois de muito tempo, a Joyce (Caixola) veio aqui em casa para passar o dia. A princípio estava programado batermos papo enquanto eu trabalhava em um dos projetos remanescentes (sim, em pleno domingo), mas depois da primeira troca de ideias sobre a minha rotina conturbada e caótica, decidimos que eu tiraria um dia de folga para fazer alguma coisa divertida - outro sketchbook.

Por que mais um?
Sobrou um pouco de material daquela vez que fiz o primeiro sketchbook, e dava certinho pra confeccionar mais dois. Então abrimos o tutorial do canal Sea Lemon, pegamos tudo que precisávamos e colocamos a mão na massa.

Materiais - cola, pincel, tesoura, placas de papel paraná, papel de presente

Gosto de aproveitar material pra evitar desperdício, e assim como as tias velhas, eu guardo os papeis dos presentes que ganho pra usar em alguma coisa futuramente. Meu primeiro home-made sketchbook foi encapado com papel de presente de florzinha vermelha, e agora, para o segundo escolhi um de Hora de Aventura. A Suco ficou com um papel bonito com motivos geek da Livraria Cultura.

Para melhor aproveitamento da placa de papel paraná que tinha em casa, cortei as capas nos formatos  quadrados de 12cm x 12cm, e em seguida encapamos com cola, espalhada com auxílio de pincel chanfrado dedos. 

Capas dos dois sketchbooks

Depois de definirmos as capas, começamos a selecionar os papeis do miolo. Eu tenho muuuuito papel diferente em casa e atualmente não tenho tempo pra fazer coisas legais com eles, por isso pegamos 4 tipos diferentes para encadernar.

1) Papel reciclado 120g/m²; 2) Papel layout 180m/g²; 
3) Papel desenho 200g/m²; 4) Papel telado 240g/m².

A pior parte foi a de costurar a lombada, ou seja, o encadernamento em si. Eu me atrapalhei toda com agulha e linha, furei o dedo algumas vezes, e no fim das contas a linha que cortamos não foi o suficiente para costurar até o final. Ficou faltando arremate no último furo da lombada. xD Sorte que não ficou tão feio e a gente se divertiu durante o processo, rindo dessas coisas que não davam muito certo.

Resultado.

Até que ficaram bonitinhos.... rs

Uma das coisas que eu senti falta nos últimos meses foi de poder ter uma atividade mais manual e lúdica como essa aí, produzindo algo pra mim. Passar a tarde fazendo isso me deixou mais leve e com a cabeça mais tranquila. Queríamos ter desenhado também para estrear a primeira página, mas já estava na hora da Suco ir pra casa. =T

Moral da história:
Parar de vez em quando é bom excelente.
Não ter tempo para fazer as coisas que gosto, sem a pressão da obrigação, estava me deixando bastante estressada e deprê. Hoje consegui esfriar a cabeça, fazer algo que gosto, na companhia de uma amigona que não via há muito tempo, e ainda rendeu um Cappuccino...Que beleza!!

Até a próxima. o/
E que seja uma "próxima" bem próxima mesmo.

domingo, 5 de abril de 2015

Pattern do apê

Yo! Olha eu aqui de novo. 
Vivendo a vida num ritmo muito frenético de trabalho, finalmente encontrei um tempo no feriado de Páscoa para atualizar o blog. Ultimamente tenho dividido meu tempo em 3 atividades diferentes: me acostumar com o ritmo da empresa em que estou trabalhando; planejar e dar aulas semanalmente na Universidade; e, nos fins de semana, pintar parede de apartamento. O único tempo que me sobra pra fazer qualquer outra atividade são as 8h sagradas de sono toda noite.

Com ajuda dos amigos, aprendo novo ofício.

Como disse no post anterior, estou pra mudar de casa em breve. Mesmo a construtora tendo entregado o apartamento já pintado, achei por bem repintar e aproveitar para personalizar os cômodos. Além de dar uma reforçada no acabamento, acho que escolher as cores de onde se vai morar proporciona um sentimento maior de "lar".

Eis que um dia, sem sono e empolgada com o andamento da pintura, comecei a elaborar um padrão de repetição usando retângulos com as cores dos cômodos.

As cores de onde vou morar.

Fiz a divisão das áreas dos retângulos respeitando a área das paredes que cada cor ocupará no apartamento. Depois dividi a composição e separei as cores, mantendo a mesma proporção calculada anteriormente. Se você não está entendendo meu raciocínio, ótimo! Na hora tudo fazia sentido, mas agora contando, nem eu me entendo mais.

Módulo repetido quatro vezes.

Só sei dizer que depois eu fiquei repetindo esse módulo vááááárias vezes até cansar. Não cheguei a lugar algum com isso, além do desenvolvimento de um pattern e de uma paleta de cores, que podem ou não ser usados lá pra frente em algum item de decoração do ambiente.

E daí?
O cérebro da gente está sempre tendo ideias. Muitas pessoas ignoram a criatividade que tem chamando de "bobagem" ou de "perda de tempo". Bom, por mais estúpida que possam parecer, tente colocar suas ideias num papel. Mesmo que não vá dar em nada no final, pelo menos a sua cabeça vai trabalhar um pouco a criatividade, e você vai se sentir mais livre.

Fiquei empolgada pra ir lá desenhar só por ter escrito este post! Vou lá pra minha mesa.
Até a próxima! o/

terça-feira, 10 de março de 2015

Carpas oleosas

Ei! Como vai?
Dei uma sumida nas últimas semanas, mas foi por uma boa causa. Este ano começou com a corda toda e não tive tempo livre para conseguir escrever com calma as postagens do blog. Durante o primeiro semestre de 2015, vou dar aulas da Universidade Federal do Espírito Santo como professora voluntária em uma disciplina optativa sobre design da informação em mapas, então meus dias se resumem em trabalhar fora o dia todo e planejar e montar a aula da semana durante a noite, e dormir quando sobra tempo entre as atividades.

Na véspera do primeiro dia de aula, ou seja, meu primeiro dia como professora, fiquei tão pilhada de ansiedade, que o sono foi embora. Daí catei meu estojo de pastel oleoso, abri o Google imagens para pesquisar referências e resolvi gastar a energia desenhando.

Alguns resultados da pesquisa usando a palavra-chave "Koi fish".

Vou me mudar este ano e queria deixar meu novo cantinho bem oriental e zen... E todo espaço que conheço com essa temática possui um lago com carpas. Esse pensamento me motivou a desenhá-las, já que não posso fazer um laguinho dentro do apartamento. Além disso, eu meio que quis encarar o desafio de representar peixes com pastel oleoso, trabalhando manchas, texturas e movimento, sabe?

Etapas de desenho e colorização com pastel oleoso.

O desenho foi feito em papel layout A3, 180g/m², com bastões da marca Pentel, os mesmos que usei na Princesa Trubufu e no Mario, utilizando inclusive a mesma técnica. Depois de colorir, apliquei solvente sobre a pintura para mesclar as cores, e por fim, voltei com os bastões de pastel oleoso para detalhes, sombras, reflexos e texturas.

Antes e depois.

Olhando de perto é uma borralheira danada, mas de longe até que melhora. Gostei bastante do resultado, lembrou muito obras impressionistas (movimento artístico que eu mais gosto, diga-se de passagem), e pretendo exibi-lo emoldurado em alguma parede.

Experiência divertida e relaxante! (*-*)

Até a próxima! o/

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Minhas HQs de Tex Willer

Há um bom tempo, depois de participar da pesquisa sobre HQs na universidade e longas conversas sobre material de referência para desenho com a Suco, alimentava a ideia de comprar um exemplar de Tex. Essa série antiga, apesar de ser ambientada num Velho-Oeste dos Estados Unidos, é italiana e possui uma estética bem bacana, trabalhada em preto e branco com muuuuuito contraste. Lindo!

Como não gosto de ficar olhando muito tempo pra telas de computador, comprei um exemplar da revistinha na banca, para poder consultar sempre que quiser. Como a série ainda está sendo republicada (pela Mythos Editora), o preço de capa nas bancas está R$8,30 para revistas simples (umas 100 páginas), mas edições antigas podem ser encontradas por um valor bem mais baixo em sebos.

Capas das edições que comprei.... na banca. xD

Quando cheguei em casa, mostrei a revistinha pro meu pai e ouvi um discurso bastante empolgado sobre como Tex fez parte da vida dele, quando mais jovem, trocando livros e gibis com amigos. Daí meu pai pegou a revistinha e levou pro quarto dele. Catou na cara de pau! Esperei ele se distrair e catei de volta. hauAHuahUA

Sinceramente, eu tinha um certo preconceito com Tex, de ser HQ de tiozinho... mas, cara, na moral, foi só começar a ler que me apaixonei perdidamente mudei de ideia. Tem lá seus problemas de balonagem e fluxo de leitura em alguns quadros de ação, mas é como ler um western Sherlock Holmes. A história é muito boa! =P

Partiu desenho!
Na companhia do amigo de infância do meu pai, e na folguinha depois do almoço, esbocei minha versão do ranger chefe dos navajos, Sr. Willer.

Tex e Dinamite (cavalo) - rascunho

Depois, num raríssimo momento de folga em casa, consegui passar nanquim tentando trabalhar contraste, peso de linha, hachuras. Que saudade eu tava do cheiro de nanquim!!

Para colorir usei marcadores à base de água e de álcool, olhando as cores de capa da revistinha como referência, pois como disse lá em cima, as páginas internas são em preto e branco. Existe a edição toda colorida de Tex também, caríssima, mas nem me atrai.

Dinamite - colorido com marcadores diversos.

Poucos dias depois voltei na banca pra fazer a limpa! Comprei mais um exemplar da revistinha do Tex, uma edição de outro com história completa, e, por indicação de um brother, uma revistinha do Zagor pra experimentar. É legal também, e estou na metade já!

Zagor é esse cara muito macho segurando a machadinha!

O tio da banca ficou animado por ver "uma jovem" comprando essas coisas e quis conversar pra descobrir o porquê. Falei que a princípio era para referência de desenho, mas que depois de ler acabei gostando. Penso em voltar na banca qualquer hora para mostrar os estudos que fiz. =)

Bons estudos!
Até a próxima! o/

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

...e nasce outra vez!

Pois é, 2015 mal começou e estou com uma super novidade: após longos 16 meses de indecisão, e 7 anos de parceiragem com meu antigo celular, comprei um smartphone. rs \o/

7 anos de parceiragem... Difícil dizer adeus!

Tô aprendendo ainda a mexer com essas novas tecnologias e o Sr. Momotaro e a Joyce estão me ajudando bastante, principalmente com esse negócio de Instagram. Em breve vou providenciar um botãozinho aqui pra lateral do Cappuccino direcionando pro meu "Insta", beleza?

Este ano promete altas novidades e descobertas! E, claro, compartilharei tudo aqui no blog.
Abraço e até a próxima!