quinta-feira, 23 de maio de 2013

Lápis de cor - cores complementares

Nesta semana, a Suco fez um post no Caixola (Supergirl - Cores) sobre pintar desenhos usando cores complementares para fazer áreas de sombra. Eu gostei do resultado dela, e como não lembro de ter feito exercício parecido antes, resolvi catar meus materiais e brincar também com esse recurso.

Sketch pad que comprei nesta semana + catálogo de flores + lápis de cor

As cores complementares para esse fim foram bastante usadas no movimento artístico chamado Impressionismo. Neste momento (meados do séc XIX) a fotografia já existia, então o retrato já "não precisava mais" ser responsabilidade de um pintor, e este, por sua vez, passou a pesquisar as técnicas pictóricas sem se preocupar com o realismo retratista ou no formalismo acadêmico da arte, mas em explorar cores e pinceladas.

Resumindo um monte de coisas que li sobre o assunto: quando misturamos uma cor com sua complementar, o resultado é preto ou cinza, por isso as sombras feitas dessa maneira ficam mais "naturais".

Meu processo:
Durante a reunião do grupo de pesquisa de HQ, rabisquei uma mocinha simpática no meu sketch book e achei que seria uma boa usá-la pra colorir no esquema lá de cores complementares. Quando cheguei em casa, achei melhor fazer um recorte desse desenho e colorir o recorte para não estragar o resto, caso não gostasse do resultado. Depois, insatisfeita com o espaço branco vazio em volta, desenhei umas flores que tinham num catálogo de flores que tenho aqui.

O resultado foi esse.

Usei lápis de cor normal, caixa com 12 cores apenas. A parte boa de ter poucas opções é poder misturar o que tem disponível para formar novas cores. E para obter a complementar, me foi preciso fazer um cálculo muito doido de misturas... É muito fácil ter na cabeça a oposição das cores primárias e secundárias no círculo cromático, mas e quando precisamos pensar na cor complementar de uma cor terciária, por exemplo?

Tive que usar a cor marrom para dar o tom de pele da garota no desenho, mas eu sabia lá que raio de cor precisava pra fazer a sombra?! Não! Para isso fiz o seguinte cálculo:

marrom = verde + vermelho
complementar de verde = magenta
complementar de vermelho = ciano
então...
complementar de marrom = magenta + ciano
(@_@)

Claro que em função das cores de lápis que tinha em mãos, misturei azul claro com cor de rosa pra ter isso aí. Alterando a força aplicada no lápis na hora de colorir, podemos obter nuances diferentes de uma mesma cor, e fazendo isso nas misturas, podemos conseguir muitíssimas cores novas!

Resultado:

Comparação entre rafe e versão final.

Por hoje é só! Espero que tenha gostado do teste que fiz. E, claro, não esqueça de conferir a Supergirl da Suco lá no Caixola, fonte de inspiração pra este post do Cappuccino.

Até a próxima! o/

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Gambiarra - cortinas

Entenda o problema:
Há uma sala no prédio de Desenho Industrial que recebe luz o dia inteiro! Por causa disso, é impossível ter uma boa visualização das aulas preparadas com projeções (data show, retroprojetor, vídeos, etc) devido à claridade do local mesmo quando as luzes são apagadas. Acho que todos os professores que dão aula nessa sala adoram dias nublados! 

Aqui no post Scratch Day 2012 tem uma foto do local, na época com uma cortininha de banheiro (e agora olhando a data da postagem, foi exatamente há um ano!). Também foi improvisada, claro! Devido ao contato com o sol, a cortina de banheiro ressecou e virou pó. Bom, o problema existe desde o ano passado e continua sem solução permanente. 

Então, aceitando o convite feito por minha amiga x¹ pra um trash design, lá fui eu aprontar na Universidade: colocar cortinas nas janelas de uma das salas do Departamento de Desenho Industrial. Obviamente esse trabalho não é de nossa competência, cabe à instituição providenciar equipamentos para as salas, mas como as coisas demoram pra acontecer lá, tivemos que dar um jeito de sanar o problema com os recursos disponíveis.

Materiais utilizados:
- rolo de plástico branco (desses de encapar prancheta);
- furador de papel;
- barbante
- fita adesiva;
- caneta esferográfica vermelha e azul;
- tesoura e estilete;
- canos;
- cimento.

Com medidas e materiais em mãos, esboçamos um projeto do que daria pra ser feito com aquilo e, otimistas, imaginamos fazer tranquilamente algo mais ou menos assim:

Só que numa sala de aula e tal.

Ao todo, a sala possui 12 janelas com medidas 2m x 1,2m (altura x largura) cada uma, mas fizemos o trabalho em apenas 6 delas. A primeira etapa foi riscar essas medidas no plástico, depois furamos ele todo pra prender na grade usando barbante.

O resultado obtido foi este:

Clique na imagem para vê-la grandona e cheia de detalhes.

HORRÍVEL! Quase tivemos uma síncope (piada interna) ao ver essa porcaria. Por mais que estivéssemos pensando na função, a estética não poderia ser ignorada... cruzes! Aí resolvemos sair pra comprar uns pedaços de cano e fazer algo mais parecido com cortina mesmo.
...
Pausa pra uma pequena história paralela:
Na loja de material para construção os canos são vendidos por metro, e cada "peça" inteira de cano possui 6 metros de comprimento. Não dava pra carregar isso no carro e não cortavam o cano na loja, mas insistimos e a vendedora nos emprestou uma serrinha.

Cortar os vários pedaços de cano que precisávamos não foi problema pra mim, o que me perturbou foram duas crianças brincando de pular em sacos de cimento perto do meu cabelo. Houve um momento em que uma nuvem cinza subiu no meu rosto e ficou toda no meu cabelo.

Continuando...
Voltando pra sala, dobramos um pedaço do plástico e fizemos vários furos nele pra passar o cano, lembrando um pouco as cortinas de pia de cozinha. Com toda certeza ficou bem mais perto do que a gente imaginava.

Uma dificuldade encontrada foi não ter uma escada, o que nos obrigou a "escalar" aquela grade de proteção para alcançar o topo dos janelões. Escalar a grade não foi difícil... a dificuldade em si foi ficar pendurada lá apenas com a força das pernas para usar as mãos pra amarrar o cano na grade com barbante. 

Nos sentimos assim:

Sem as tartarugas... e sem lava... e sem velas...

O trabalho foi dividido no começo com uma janela pra cada uma, mas depois virou bagunça. Por fim, depois de muita peleja, risos e manchas roxas pelo corpo inteiro, o resultado apareceu:

Mesma coisa: pra ver a foto maior, clique nela.

Mesmo sendo uma medida provisória, espero que os colegas ajudem a manter nossa gambiarra funcionando. Não puxem, nem rabisquem, nem cortem nada... porque deu muito trabalho chegar nessa solução, tiramos dinheiro do nosso bolso pra resolver o problema de todos que usam a sala. E só metade do trabalho foi realizado até agora...

¹  = "amiga x" não tem a ver com troca de presentes. Usei o termo para preservar a identidade da pessoa.

Até a próxima! o/

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Lápis de cor

Que tristeza... minhas férias acabaram! Eu precisei muito desse tempo para colocar a cabeça no lugar e dedicar um pouco de tempo pra mim mesma, mas pensando em tudo que fiz e no que ainda falta fazer, gostaria de ter tido pelo menos mais uma semana.

Sempre adotei a postura de que diversão vinha depois de trabalho, mas as vezes era tanto trabalho que a hora da diversão nunca chegava. Antes das férias eu senti muita falta de desenhar e usar aquele monte de materiais novos que comprei. Mesmo assim, em volume, fiz pouca coisa: uma delas foi o Art Trade com a Suco (estava devendo uma ida à casa dela!) ; a outra foi esta pintura com lápis de cor.

Usei lápis de cor duro. Todas as cores de uma caixa com 12.
Você pode clicar na imagem para visualizar maior no Deviant Art

O traço ficou meio "princesa Disney", mas foi por influência dos desenhos feitos no Art Trade. Eu gosto muito desse estilo e quis fazer algo parecido. Eu fiz o desenho já pensando em colorir com lápis de cor, só que depois de pronto, achei uma porção de defeitos que estão me incomodando toda vez que olha pra imagem. Gostaria muito de refazer, mas tenho preguiça e, como as aulas recomeçaram, não vou ter tempo.

Vou falar um pouquinho sobre o meu processo. Como dá pra ver na foto abaixo, tive basicamente 3 etapas "padrões": rafe, desenho base, e arte-final. A diferença foi que tirei cópia do desenho em nanquim para não estragar o original. No fim das contas, tenho guardado 4 etapas.

Etapas da bagunça - ordem de leitura oriental! rs

Meu rafe ficou horroroso! Mas não é uma coisa que precisa ser bonita... é um esquema seu para você mesmo, deve ser bem simples, anotando a ideia principal e indicando onde ficará cada coisa. Se outra pessoa não entender, paciência... não era pra entender mesmo. XD

Esse do meio já é um esboço mais elaborado, tanto é que chamei de "desenho base". Nele eu coloquei mais detalhes e organizei as áreas de sombra da figura. Também optei por mudar o elemento que a mão direita segurava, que antes era um lápis e agora é minha canequinha do Naruto (inclusive, ela também está na foto). Se eu passar esse desenho para outra pessoa fazer arte final, ela conseguirá tranquilamente.

Passar nanquim não tem mistério... foi até bom falar disso, porque preciso comprar canetas novas e quase esqueci. Voltando, fiz as linhas de contorno apenas, deixando detalhes de sombra e luz para o lápis de cor resolver. Essa caixa da Multicolor custa aproximadamente R$3,00!!! Eu me surpreendi com a qualidade e, como diz na caixa, é realmente muito fácil de apontar.

Esta é a segunda postagem que faço sobre lápis de cor. A primeira foi esta: Colorindo.

Por hoje é só.
Até a próxima! o/

terça-feira, 7 de maio de 2013

Art Trade

No último sábado, Suco (Caixola) e eu marcamos uma reunião para tratar de trabalho, mas a conversa rumou para um lado bem diferente e começamos a falar de desenhos, artistas e pinturas. Na verdade, a Suco me trouxe uns desenhos dela para escanear, e acho que nos empolgamos por causa disso.

Há um tempo ela publicou no deviant art a foto de um rafe da Pocahontas (minha princesa Disney preferida) que eu achei lindo, e ocorreu desse desenho estar entre os que deveriam ser escaneados. 

Aí, sugeri que a Suco fizesse a arte final da Pocahontas ampliada usando minha mesa de luz (e devo um Cappuccino sobre ela) num papel de gramatura alta, para pintar com as cores do vento aquarela depois.

Só sei que durante a conversa, ela acabou me obrigando a finalizar o desenho, fazendo arte final e colorindo, usando a desculpa de que queria ver o meu método de trabalho com os materiais.

Acabei aceitando a proposta. Foi bom que fiz alguma coisa legal nas “férias”. Fazia tempo que não produzia algo somente por diversão. =]

Usei muita coisa: nanquim, aquarela em bisnaga, aquarela em pastilha, 
lápis de cor comum, lápis de cor metálico, e caneta gel branca e dourada.

Fiquei triste de não ter registrado o desenho quando estava apenas com o contorno em nanquim, pois perdi a oportunidade de mostrar o passo a passo aqui. Mas só tivemos a ideia de postar o que foi feito depois de terminar a pintura.

Achei que o inverso deveria acontecer, queria saber como Suco trabalhava também. Aí sentei no meu cantinho da disciplina criação e rascunhei a princesa Disney preferida dela: Ariel.

Segundo a Suco, levei 30min pra fazer XD

O que ela fez com isso pode ser conferido no post Caixola com Cappuccino - Art Trade. Espero que tenha gostado da nossa troca!

Até a próxima! o/

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Canetinhas Aquareláveis - Golpe?

Foi desse aí que comprei!

Dos materiais novos que mostrei aqui, o que mais usei até agora foram as Canetinhas Colour Grip Aquareláveis da Faber Castell. O post de hoje, além de mostrar o resultado de alguns desenhos que fiz, apresenta a minha avaliação sobre o possível "golpe" da Faber Castell.

Golpe?! Como assim?
Primeiramente, devemos nos ater ao fato de que todo desenho colorido com canetinha hidrográfica vai manchar quando cair água em cima dele.  Isso se dá porque essas canetinhas são à base de água.

Sabendo disso, um amigo meu (o Bis) fez o seguinte questionamento: "Se toda canetinha é hidrográfica, qual seria então a diferença da aquarelável para a normal?". Foi uma pergunta interessante e que me fez pensar muitas coisas, inclusive no dinheiro que gastei comprando esse estojo. Ao todo 4 pessoas se envolveram nessa causa para desvendar o mistério da canetinha, sendo que a parte da experimentação coube a minha pessoa fazer.

Eu só comecei a fazer testes comparativos depois que verificaram que as Colour Grip Aquareláveis foram anunciadas como lançamento na página brasileira e estavam ausentes do site internacional da Faber Castell.

Quais testes foram feitos?
Antes de falar dos testes, vou mostrar o primeiro desenho que fiz semana passada na casa da Suco (Caixola) para testar as canetas. Não lembro se na ocasião o Bis já tinha levantado a possibilidade de golpe... Enfim, os resultados foram estes:

Aoxo à esquerda e uma Fanart do Finn (Adventure Time) à direita

Bom, depois de ficar preocupada com o meu bolso, comecei a fazer testes de observação. O primeiro deles foi observar a olho nu o comportamento dos dois tipos de caneta - normal e aquarelável - no mesmo tipo de papel. Aparentemente, a canetinha normal deixa mais resíduo que a canetinha aquarelável. A impressão que tive foi de que a canetinha aquarela é mais parecida com as ecolines/aqualines da vida.

Fiz o teste com dois tipos distintos de papel: um bem poroso (Canson 200g/m²) para absorver a tinta e outro liso (Couche 120g/m²) para deixar resíduo na superfície.

Resultado do papel poroso

Tentei usar a mesma quantidade de água e pinceladas nas duas massas de tinta. A canetinha comum demora mais para diluir e danifica o papel com mais facilidade do que a canetinha aquarela. Esses pontos mais escuros são do efeito da tinta na fibra do papel.

Resultado no papel liso

Nas duas situações do teste no papel liso a tinta não manchou, mas é notável que a aquarelável ficou bem mais uniforme e diluída que a da canetinha comum.

Teste de mistura de cor

A mistura de cor também fica mais suave com a canetinha aquarelável, embora me agrade a mancha formada pela canetinha comum. Pra ter certeza do que eu tinha pensado, fiz o segundo teste com ajuda de um conta-fios (uma espécie de lupa - o que eu tenho aumenta a imagem em até 10x), uma lupa de joalheiro (aumenta 30x) e microscópio (até 450x) para olhar o pigmento deixado no papel.

Essas foram as lâminas que usei nos três aparelhos para comparação

Primeiro eu olhei com a tinta "pura", ou seja, risquei diretamente no vidro e fiz as observações ampliando. Depois eu pinguei uma gota d'água das duas lâminas e vi o que acontecia com a tinta. Resultado: o pigmento da canetinha normal não dilui totalmente na água, deixando vários pontinhos azuis na gota. Na gota de canetinha aquarela quase não apareceram pontinhos azuis.

Enfim....
Meu bolso e eu não consideramos que as Canetinhas Colour Grip Aquareláveis sejam um golpe da Faber Castell. Além de não sujar minha mesa toda e não ocupar espaço demais com godê e pincel, senti mais facilidade na hora de definir áreas de sombra, e gostei do resultado obtido.

Tirinha do Grupo Y-no em andamento...

Não sei também se reinventei a roda e se informações sobre isso estão disponíveis em algum lugar, mas foi divertido descobrir coisas do meu jeito. Espero que tenha sido o suficiente pra responder a questão do Bis.

Até a próxima! o/