quinta-feira, 28 de março de 2013

Aquarela líquida

No post de hoje falarei sobre como usei tinta Ecoline na criação de um banner pro Cappuccino.

Vidrinhos de Ecoline

Ecoline - que diabos é?
A tinta Ecoline é nada mais nada menos que a aquarela líquida da marca Talens vendida em vidrinhos caríssimos. A nível de curiosidade, dá pra comprar 3 vidros de Aqualine com o dinheiro que você pagaria em um vidro de Ecoline. Usei Aqualine uma vez há muito tempo atrás, e foi uma cor só, então eu não posso dizer que tanto faz comprar uma marca ou outra. Eu sei que a qualidade das tintas Talens justifica o preço, mas eu prefiro (e estou seriamente pensando em) comprar uma caixa de Aqualine.

Aqualine - aquarela líquida da empresa brasileira Corfix


Como a tinta já vem diluída, só é possível aguar cada vez mais o pigmento, ou seja, ela nunca ficará mais escura, a menos que você faça misturas. Por ser bastante aguada, para brincar com isso é recomendado o uso de papel poroso de gramatura alta (180g/m² ou maior). Isso fará com que a tinta seja bem absorvida e não enrugue o papel. O que mais? Há uma porção de cores disponíveis para compra, mas dá pra ser esperto e comprar somente as cores primárias.

Nane, o que são essas cores primárias aí que você falou?
Já falei sobre isso aqui, mas repito sem problema: Cores primárias são as cores que, quando combinadas, formam novas cores. Para cor pigmento utilizamos magenta, ciano e amarelo como cores primárias, utilizando preto e branco para alterar a saturação.

Nesse site há uma explicação rápida sobre teoria da cor.

Fui desafiada!
Já mostrei aqui como uso aquarela em bisnaga e recentemente adquiri um estojo de aquarela em pastilhas. Mas há duas semanas uma amiga que comprou Ecoline em 2005 e não conseguiu usar, me emprestou as tintas para que eu descobrisse como fazer o troço funcionar.

Esse foi meu primeiro teste:

Dei muito mole em não ter usado papel de gramatura alta.

Acho que não tem muito mistério. É só lembrar que se está usando aquarela pra colorir e que já fizeram o favor de aguar a tinta pra você. A técnica de pintura é a mesma, com velatura, aguadas, etc, etc, etc...

Vamos ao que interessa.

Ingredientes:

materiais

1 - Tintas magenta, ciano, amarelo, preto e branco;
2 - Nanquim;
3 - Água;
4 - Corretivo;
5 - Caneta gel branca;
6 - Caneta nanquim;
7 - Bico de pena;
8 - Lápis n° 2;
9 - Borracha;
10 - Pincéis de cerdas macias;
11 - Hastes flexíveis de algodão.

Fora isso também usei régua, esquadro, papel 180g/m², fita adesiva pra fixar o papel na mesa, e paninho pra  limpar e/ou enxugar os pinceis.

Modo de preparo:
Primeiro, usando lápis e borracha, fiz o rafe do desenho que queria para o banner. É importante fazer o rafe do rafe em outra folha de papel, para evitar que, caso se erre muito, o papel fique arranhado. Antes de chegar nesse desenho à lápis, rasguei muitos outros que não ficaram bons.

E eu já achei um monte de erros nesse...

Depois, é só seguir aquela sequência do post sobre arte final: passar o nanquim. Esse que eu comprei pra usar com bico de pena mancha com água e eu deveria ter testado isso antes. Depois que eu pintei o desenho, precisei usar a caneta nanquim descartável para ajeitar algumas linhas que borraram.

Fabricante do nanquim, quero meu dinheiro de volta!!!

Para colorir, fiz a mistura das tintas no godê improvisado, feito com uma embalagem vazia de bombom (reciclagem, é nóis!), usando conta-gotas também improvisados com as hastes flexíveis de algodão.

Mergulhe a haste no tinteiro, tape a extremidade que ficou pra fora enquanto 
transporta o líquido pro outro recipiente. Aulas de Física com Beakman!

E algum tempo depois, voilá!

Alguns pontos de luz foram ressaltados com corretivo e caneta gel branca.

O resultado desta brincadeira você pode ver no topo do blog, e, se por acaso eu mudar de novo, atualizarei a postagem e colocarei a imagem aqui.

Conclusão
De todos os tipos de aquarela que usei até hoje (bisnaga, pastilha, lápis e líquida), a aquarela líquida foi a mais difícil e a mais divertida. Os resultados dos testes me agradaram bastante e eu recomendo pra quem tiver oportunidade de comprar. Aniversário, Natal, amigo choco... dá pra colocar esses itens na listinha de presentes!

Até a próxima! o/

sexta-feira, 15 de março de 2013

Marcadores Magic Color

Olá!
Há algumas semanas, a Suco (do Caixola) comprou um estojo de marcadores Magic Color da série dourada e eu fiquei com vontade de experimentar também. Mas esse tipo de coisa não se deve pedir emprestado, porque se você se empolgar, gasta tudo. Então, acabei adquirindo um estojo também.

Dentro da caixa vem esse papelzinho que funciona como catálogo e indicador de validade. O estojo que a Suco e eu temos é o de cores básicas, esse primeiro da lista, de 12 cores, da ponta Prof Perm.

Só tenho mais um ano de validade pras canetas

A desvantagem de ter um estojo só é a impossibilidade de fazer gradação de forma suave entre as cores, ou seja, para cores chapadas é ótimo! Ainda é cedo pra dizer se quero comprar outros estojos com cores diferentes (lógico) desta marca, porque ainda estou descobrindo o que fazer com as canetas.

Meu primeiro teste foi esse aqui:

Usei papel off-set 75g/m²

A caneta libera bastante tinta e o papel absorve tinta também, então vazou facilmente na minha mesa branca. Um "truque" pra isso não acontecer, é passar o pincel bem rápido no papel para não ter contato prolongado entre as superfícies. Mas se for fazer isso, você precisa pensar muito antes pra saber exatamente o trajeto. Se encostar a ponta no papel pra pensar, já era.

Daí eu resolvi fazer outra experiência usando papel mais liso pra saber como a tinta se comportava. Achei que a tinta seca bem rápido, mas não sei se foi por causa da lâmpada muito próxima do papel ou se pelo fato do ar condicionado estar ligado... Lógico que esses fatores influenciam, mas como não testei de outra forma também, não posso afirmar nada.

Aqui usei papel couché 180g/m² - viu a mesa manchada?

A superfície do papel couché é bem lisa, por isso mesmo a caneta soltando bastante tinta, esta não vaza o papel. A consequência da não absorção e da secagem rápida são essas listras e manchas quando se passa a caneta duas vezes no mesmo lugar. Uma vantagem é poder escurecer o tom da cor utilizando esse recurso. A gradação do rosa da blusa, por exemplo, eu fiz passando rosa por cima do rosa depois que a primeira camada secou completamente.  

Por enquanto só tenho esses dois testes, porque minha mão voltou a doer e estou evitando empolgação com desenhos no momento. =/

A próxima experiência que pretendo fazer é com tinta Ecoline, que pegarei emprestado com uma amiga que comprou as tintas em 2005 e não usou ainda. Assim que eu tiver resultados satisfatórios, coloco no Cappuccino.

Até a próxima! o/

terça-feira, 5 de março de 2013

Gambiarra - mesa de luz

Estou envolvida em um projeto grande que envolve desenho desde o ano passado. Neste projeto, além de utilizar meus conhecimentos em design, terei que usar trabalho braçal como arte finalista e, pra minha alegria, foi solicitado o método "tradicional" da coisa. Ou seja, muito papel, nanquim, corretivo, fita crepe e calma nessa hora!

Mas todo mundo que toma cappuccino comigo sabe que "calma" é uma coisa que ainda me falta, e a pressa como diz o ditado, é inimiga da perfeição. Ansiosa como sou, pouco me importo em fazer gambiarras para resolver meus problemas na hora, só que dessa vez eu me ferrei bonito!

Precisava.... ou melhor, preciso arrumar uma mesa de luz pra poder dar andamento ao projeto, pois a arte final não poderá ser feita diretamente por cima do desenho base. Daí eu cacei informações de onde poderia arrumar, e mesmo achando alguns lugares que fazer sob encomenda, tentei a sorte pra ver se algum amigo poderia me emprestar. O único amigo com mesa de luz que conheço tem uma que não cabe no meu quarto, aí nem peguei emprestada. Por fim, decidi eu mesma fazer uma - afinal de contas, não é difícil.

Ingredientes
- Porta-retrato com vidro, formato aproximado de um A3;
- Chaves de fenda e philips;
- Estilete;
- Tesoura sem ponta;
- Fita crepe;

Modo de preparo
Desmonte a luminária todinha para aproveitar todo o sistema elétrico do interior dela. A intenção é retirar isso para montar dentro de uma caixa de madeira depois.

Agora nem dá pra montar mais

Eu precisei cortar uns fios para conseguir desmontar tudo. Depois, com o estilete, eu desencapei um pedaço deles e uni novamente. Não é difícil fazer isso, é só ter cuidado para não quebrar os fios de dentro da proteção de borracha na hora que for cortar.

Até aqui estava tudo dando certo.

Depois disso, eu recebi o meu primeiro sinal divino de que deveria parar por aí: para que o cobre não fique exposto e cause acidentes, é preciso enrolar fita isolante na emenda. Aqui em casa não tinha fita isolante (aquela emborrachada preta), então eu usei fita crepe mesmo. Só pra constar que sou responsável, eu pretendia substituir por fita isolante depois.

Aqui nos fios azul e marrom, e lá atrás no bocal da lâmpada.

Quando liguei na tomada pra testar, funcionou lindamente! A luz acendeu direitinho e eu pensei: "beleeeza! Agora é só colocar isso dentro da caixa com o vidro em cima e tirar uma foto bonitona pro Cappuccino." Mas quando peguei as coisas, meu dedo encostou naquela placa verde, cheia de soldas e tomei um choque revigorante! O resultado, no fim das contas, foi este aqui:

#EpicFail

Fiquei sem mesa de luz, sujei minha bancada toda com fio e fita crepe, levei um baita choque e queimei o dedo, vou ouvir bronca dos meus pais e do meu samurai encantado, vou ouvir bronca dos meus amigos, a Suco chan vai rir da minha cara... 

Muita coisa ainda vai rolar por causa disso, mas no fim das contas, o mais importante foi a lição que aprendi hoje: tenha sempre uma lâmpada reserva em casa.

Até a próxima! o/

Desenhando pessoas (3)

Mãos
Eis o terror da maioria dos desenhistas: as mãos! Quem aí nunca desenhou o personagem com a mão no bolso porque não conseguia desenhar as mãos dele, que atire a primeira pedra. Pois é... mão é difícil mesmo e precisa de cuidado na hora de desenhar, pois são elementos de alta expressividade num desenho.

Primeiro, eu vou mostrar como os complexos ossinhos podem ser simplificados em formas geométricas a fim de facilitar na estruturação do desenho. Ignorando o dedo polegar, temos o seguinte:

A parte principal da mão pode ser dividida em dois trapézios.

A região do pulso é formada por vários ossinhos achatados que ficam aglomerados, logo abaixo, temos cinco ossos mais finos e longos que compõem as costas da mão e equivale ao primeiro trapézio do esquema acima mostrado. Eles são presos por uma rede de tendões e não possuem movimentos isolados. A musculatura dessa área está concentrada na palma da mão.

Depois, podemos dividir o trapézio de baixo em 4 partes, que serão equivalentes aos quatro dedos. Os ossos dessa parte já possuem movimentos isolados. Porém, os dedos não tem o mesmo tamanho e, pra resolver esse problema, usamos o dedo médio e suas divisões ósseas como base para escalonar os outros dedos.

Na figura abaixo, eu tracei diagonais partindo do dedo médio para definir os outros dedos.

Essas diagonais também me darão a localização das dobras dos dedos.

...assim!

E agora, como encaixar o maldito polegar nesse esquema. Meu professor de desenho também ensinou a deixar o polegar por último, já que esse dedo é o mais "independente" da mão.

Se traçarmos uma reta dividindo horizontalmente o primeiro trapézio ao meio, achamos o triângulo formado pelos ossos do dedo polegar. Diferente dos demais dedos, o polegar é formado apenas por três ossos finos e longos, sendo que o maior deles não faz parte do emaranhado de ligamentos das costas da mão. Sendo assim, esse dedo possui movimento independente desde a região abaixo do pulso, mais ou menos.

A divisão do trapézio ao meio e o triângulo do dedo polegar
com a divisão das articulações.

Agora é só colocar as divisões geometrizadas e desenhar por cima que a mão está terminada. Quer dizer, ainda falta sombrear, colocar detalhes...


Tcharam!

Com isso entendido, podemos transformar as formas geométricas em sólidos geométricos, rotacioná-los, e colocá-los em perspectiva para desenhar mãos em várias posições. Isso é bastante encontrado nos livros e revistas "aprenda a desenhar".

Exercício:
1 - Desenhar mãos em várias posições diferentes.

Meus execícios em sala de aula.

Dica de leitura:
Achei o blog de uma artista chamada Leida Nogueira - Desenho Artístico. Lá ela também fala sobre desenho, tanto de pessoas, como de natureza morta, animais, luz e sombra. Vale a pena dar uma olhada lá.

Até a próxima! o/