Hoje não tem dica, nem desenhos, apenas uma reflexão.
Em 2001 a CLAMP publicou no Japão uma série seinen (destinada ao público adulto) de mangá chamada Chobits. Esta série contava a vida de Motosuwa Hideki, um menino do interior que vai para Tóquio fazer cursinho a fim de ingressar na Todai (Universidade de Tóquio). Lá ele fica maravilhado com os caríssimos computadores pessoais em forma de mulheres - os persocons -, que entram na internet, fazem contas, etc, etc...
Abertura da versão animada de Chobits
Abertura da versão animada de Chobits
Um belo dia, Hideki encontra Chii (uma persocom) jogada no lixo e a leva pra casa. Sem o cd de instalação, ele começa a "ensinar" as coisas do mundo para seu novo computador. A história é bem legal, mas como a maioria dos mangás da CLAMP há apelo sexual e muitas coisas pervertidas... ignorando esse último fato, consegui ler a série inteira e tenho vários volumes dela no meu baú. Em Chobits podemos acompanhar o drama do amor impossível entre homem e máquina e outras questões sociais que esse assunto envolve.
Bom, não muito longe dali havia um professor da Universidade de Osaka chamado Hiroshi Ishiguro trabalhando no Instituto Internacional de Pesquisas Avançadas em Telecomunicações (mais conhecido como ATR), que em 2005 criou o primeiro robô da série Geminoid à sua imagem e semelhança - o Geminoid HI-1. Mais tarde, em 2010, ele criou a versão feminina, Germinoid-F e depois disso, juntou o primeiro com o segundo e fez o Geminoid-DK, super completo!
Geminoid F - fala, gesticula, responde...
Agora estamos na geração smartphones e touchscreens... Temos telefones que computam, ou melhor, computadores que telefonam. Não precisamos mais perguntar coisas pros nossos pais ou professores, ou ir à biblioteca quando temos as respostas na palma da mão. "Temos" o mundo todo na palma da mão. Entre aspas pois ainda considero uma tecnologia cara... o menor computador que possuo com acesso à internet é meu notebook. =P Quando saio na rua e vejo um monte de gente acariciando incansavelmente as telas de seus telefones, me sinto como Hideki em Tóquio - completamente perdida e maravilhada.
Pra fazer um link entre Geminoid-F e Chobits, apresento Siri (que todos já devem conhecer, na verdade): um aplicativo para iOS que funciona como se fosse uma secretária, sabe? Assistente pessoal... responde perguntas, sugere coisas, conversa com você, deve virar cambalhota também... mas se não virar, tenho certeza de que ela sabe como fazer. Esse aplicativo respeita uma linguagem de programação que permite processar a linguagem natural e, com palavras chave, busca na rede coisas relacionadas, filtra o que é mais provável como resposta da pesquisa (uma pergunta por exemplo) e responde. Assista ao vídeo pra entender melhor:
É assim que funciona, entendeu?
Pra fazer um link entre Geminoid-F e Chobits, apresento Siri (que todos já devem conhecer, na verdade): um aplicativo para iOS que funciona como se fosse uma secretária, sabe? Assistente pessoal... responde perguntas, sugere coisas, conversa com você, deve virar cambalhota também... mas se não virar, tenho certeza de que ela sabe como fazer. Esse aplicativo respeita uma linguagem de programação que permite processar a linguagem natural e, com palavras chave, busca na rede coisas relacionadas, filtra o que é mais provável como resposta da pesquisa (uma pergunta por exemplo) e responde. Assista ao vídeo pra entender melhor:
É assim que funciona, entendeu?
Agora coloque uma Geminoid-F pra funcionar com Siri... vira uma Persocom de Chobits! A ficção virando a realidade, a realidade baseada na ficção? Sei lá qual a ordem das coisas, mas eu estou vivendo num mundo cada vez mais complexo e inacreditável. Se isso é bom ou ruim, não cabe a mim decidir. Cada pessoa tem seu ponto de vista em relação as coisas e eu respeito os dois lados.
Enfim, ao mesmo tempo que me sinto maravilhada com o avanço das coisas e a propagação do conhecimento, me sinto melancólica. Mesmo usando - e gostando de usar - as tecnologias disponíveis hoje, talvez o meu apego ao modo tradicional tanto de comunicação (mando cartas até hoje), quanto de processo artístico (lápis, tinta, borracha e montanhas de papel), até mesmo afetivo, seja por "medo" de que as pessoas esqueçam tudo isso um dia.
No próximo post vai ter desenho, prometo! =P
Até mais! o/
No próximo post vai ter desenho, prometo! =P
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